Como somos seres “nunca prontos” e que estamos, como espécie, em permanente processo de evolução, o aprendizado é algo inato em nós. Faz parte de ser humano. Esse aprendizado se dá em tudo que fazemos, pensamos, vemos, sentimos e até mesmo, com o que sonhamos. É essa capacidade quase única da espécie humana que nos diferencia das outras espécies vivas e nos possibilita ver o mundo e tirar informações e conhecimento para nosso amadurecimento e desenvolvimento. Apesar de muitas vezes não usarmos como devemos, é a experiência que nos leva a não repetirmos os erros do passado, a revisarmos nossas práticas ultrapassadas e obsoletas e a mudarmos e construirmos um futuro melhor.
A paralisação da Polícia Militar da Bahia, que se encerrou há quase 15 dias, apesar dos diversos traumas que deixou em nossa sociedade, também é um fato de grande aprendizado para toda a sociedade baiana e brasileira. Entre mortos e feridos, entre ganhos e perdas, entre algumas conquistas sociais e outras políticas, todos nós sofremos com as mortes, o medo, os prejuízos humanos, econômicos e sociais. Apesar de tudo, estes dias de terror e suas conseqüências deixa um grande acervo de informações, que precisamos digerir, transformar em conhecimento e colocar em prática nas nossas ações e decisões do dia a dia. Após esse período, precisamos, além de chorar e sofrer pelos que morreram e tiveram prejuízos humanos, materiais e emocionais, tornar todos os fatos em conhecimentos e não permitir que o acontecido se repita nos próximos anos.
Dentre os diversos aprendizados de todo esses processo, destaco:
1 - As sociedades sempre superam situação de terror e medo, com a paz, a esperança e solidariedade. Os dias pós paralisação da PM e o carnaval baiano foi uma prova disso. Quando todos esperavam um desfile de violência, dois milhões de pessoas estiveram nas ruas de Salvador, brincando a festa momesca, no carnaval menos violento dos últimos anos;
2 - Em gestão, principalmente, quando se governa organizações de grande complexidade, é preciso ter um sistema de inteligência eficiente e antecipar problemas de grande impacto. Uma paralisação da PM só deveria acontecer em casos extremos, em situações onde é impossível um acordo. O prejuízo é muito alto para postergar tomada de decisão e concessões;
3 - Geralmente, nas negociações, ambos os lados tem suas razões, suas verdades e suas certezas . Nestes casos, não há melhores nem piores, há interesses, valores e compromissos. A sociedade sempre estará contra aqueles que saírem da linha ética e do interesse público, não contra os interesses e conquistas de cada um, mas contra as ações inescrupulosas e negativas;
4 - Em casos como esses, de negociação entre governos e segmentos de interesse público, com conseqüências danosas para a população, a sociedade civil organizada não pode se isentar do processo. Deve se organizar e intervir para que uma solução aconteça o mais rápido possível. Em Santo Antônio de Jesus, o CDL, a Associação Comercial e o Sindicato Patronal do Comércio, dentre outras instituições, agiram rapidamente para que a situação fosse normalizada
5 - Apesar de ser redundante aqui, mas nunca demais repetir, polícias e professores são duas profissões inegociáveis. Esses profissionais devem receber os melhores salários de uma sociedade, devem ter boas condições de trabalho, devem ser valorizados e respeitados, devem ser motivos de orgulho de um país.
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André Gustavo de Araújo Barbosa, Empresário da INTR3NDS – Soluções para o Futuro e da Franquia Doutor Resolve, Doutorando e Mestre em Administração, Professor Universitário de Graduação e Pós Graduação, Presidente do CDL/Saj, Analista do SEBRAE/Ba e Vice-presidente do Observatório Social/Saj.
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