terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

É hora de mudar o jogo


Desde a fase inicial da sua empresa, o empreendedor está sujeito a mudanças que, muitas vezes, não dependem dele. Veja como lidar com elas.
Quantas vezes você já se deparou com situações nas quais teve de mudar o foco, estratégia ou processos da sua empresa devido a algum fator não calculado anteriormente? André Schuartz, fundador daCassinera, empresa que leva a experiência dos cassinos americanos a festas privadas, está ainda no começo de sua carreira como empreendedor, mas revela que já precisou rever o seu mindset diversas vezes.
A própria empresa era algo que parecia impossível no começo, graças ao artigo 50 da Lei das Contravenções Penais da Constituição Nacional, que desde 1946 proíbe jogos de azar, ou seja, o jogo em que o ganho ou perda depende exclusivamente do fator sorte, em lugares acessíveis ao público, mediante pagamento de entrada ou sem. O empecilho foi contornado tornando o lucro proveniente da locação das mesas e não dos jogos.
Antes de aterrissar no Brasil trazendo vigas de madeira, fichas de pôquer, cartas de baralho e trajes de crupiê, André imaginava que seus futuros clientes seriam principalmente aniversariantes, noivos e organizadores de “eventos sociais”. No entanto, ao participar de eventos na casa de diretores e executivos de empresas percebeu o potencial de um novo mercado. “Descobri os eventos corporativos e, em pouco tempo, eles passaram a ser responsáveis por grande parte do nosso faturamento”, conta.
A partir de uma amostra de 100 eventos organizados em um determinado período de tempo, sendo 60 sociais e 30 corporativos, a Cassinera concluiu que esses 30% realizados em organizações representavammais de 70% do lucro total. “Na festa da casa de alguém, você coloca no máximo três ou quatro mesas e nunca é a atração principal; é sempre o aniversariante ou a noiva. Já nas empresas, nós somos as grandes estrelas e levamos mais mesas”, observa.
Outra coisa que o empreendedor teve de mudar no caminho foi a estratégia de divulgação. “Eu acreditava que conseguiria vender o meu produto com a ajuda dos amigos como sócios. Acontece que, embora a grande maioria achasse a proposta divertida, não acreditava que eu conseguiria monetizar o negócio. Então, parti para a mídia espontânea, e deu certo”, revela.
André percebeu que seus clientes mais rentáveis eram as empresas.
Depois de expandir a sua atuação na cidade de São Paulo, André sonhou mais: queria chegar a outros polos econômicos do Brasil. Consumidores potenciais, que ficaram conhecendo o trabalho da Cassinera, começaram a reclamar da falta de operação da empresa fora do Sudeste. “Era uma queixa comum de nossos clientes, que não conseguiam fazer um evento social de pequeno porte em outra região do país”, comenta André. No entanto, os preços que teria de cobrar pelo mesmo serviço prestado na capital paulista seriam imensamente maiores dependendo da região. “Um evento aqui custaria 6 mil reais, enquanto no Nordeste, por exemplo, o preço mudaria para 18 mil”, compara. “O custo do deslocamento das mesas e da equipe, alimentação e estadia é muito alto. O tempo que a mesa passa fora de São Paulo também é cobrado.”
A próxima manobra de André, ainda em fase de testes, para tornar viável a aposta e alcançar o objetivo de expansão foi optar por franquias. “Começamos em Florianópolis, como uma experiência para avaliar em 2012. Agora, já faz parte de nossas metas de 2013 expandir para outros centros do país. Queremos chegar a 25 cidades”, destaca o empreendedor, alertando que este é apenas o começo de uma empresa promissora em território nacional. “Esse é o nosso objetivo, mas ainda estamos no começo do jogo, dando as cartas.”

Fonte: Endeavor MAG, 26/02/2013.
http://www.endeavor.org.br/endeavor_mag/start-up/aprendendo-a-ser-empreendedor/e-hora-de-virar-o-jogo

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