Coisas
que vão além do produto fazem consumidores pagarem mais, mas aumentos
injustificados costumam não ser aceitos.
Foto: Divulgação
A
teoria e a fórmula parecem simples: a some de custos com o lucro desejado dará
o preço
cobrado por produtos e serviços. A realidade, no entanto, exige um pouco mais
do empreendedor. Além de conhecimento da própria empresa, também é essencial um
estudo do mercado e da concorrência antes de precificar seus
produtos. A regra vale para descontos, promoções e, também, aumentos.
Para
saber como reajustar os preços sem irritar a clientela, é preciso conhecer a
melhor forma de definir o valor de um item. Existem duas linhas principais
quando se fala em formação de preços: soma do custo com a margem de lucro e
observação do mercado e da concorrência. A orientação dos especialistas é
alinhar as duas. “Não adianta fazer um cálculo elaborado e definir preço que o
mercado não aceita, ou o contrário e colocar um preço baixo e ter prejuízo”, avalia
o consultor da Praxis Education.
Para
o professor Adriano Gomes, a avaliação do mercado é mais importante do que a
simples soma de custos. “Essa ideia de que fazer fórmula de precificação está
afastada da atual realidade. Ninguém consegue formar preço a partir do
escritório. Eles são dados pelo mercado, a partir do conceito de valor que
determinada marca ou produto consegue transmitir para clientes potenciais.”
1) Tenha uma justificativa aceitável
O
professor de finanças do curso de Administração da ESPM Adriano Gomes destaca o
reajuste de custos (alteração no valor das matérias-primas, fornecedores,
aumento de salário de funcionários) e mudanças na tributação (alíquota dos
produtos ou até mesmo da legislação) como variáveis que podem atingir os preços.
Para
ele, aumentos baseados na vontade do empresário, sem embasamento em algum
desses quesitos, têm como consequência certa a perda de vendas. “Quando há uma
explicação plausível, que foge ao controle do empresário, o cliente aceita a
ideia de reajuste dos valores a serem pagos. O que o consumidor não aceita são
aumentos absolutamente inexplicáveis e pontuais, praticados por uma ou duas
empresas do segmento", explica Gomes.
2) Acompanhe o mercado
Galhardo
lembra da necessidade de se pensar muito bem a respeito do repasse de custos
para o consumidor. “Aumentar e depois diminuir o valor pode queimar a imagem da
empresa e ser um caminho sem volta”. De acordo com ele, o ideal é que o
empresário, ao identificar que seus custos aumentaram, cheque a repercussão
disso no mercado. “Às vezes, o concorrente aplicou um aumento proporcional ao
que sentiu no próprio bolso e, se eu decidir lucrar menos e repassar o menor
custo possível ao consumidor, posso atrair mais clientes.”
3) Bom atendimento
Segundo
especialistas, bom atendimento, cumprimento de prazos e boa vontade são
características que os clientes levam em na hora de aceitar pagar um valor
superior. “O preço pode ser interessante para chamar o consumidor para a loja,
mas ele aceita pagar mais se consegue um pacote que vai além”, destaca o
sócio-diretor da Praxis Education, Maurício Galhardo.
Por
isso, praticar preços muito acima do mercado, sem oferecer nenhum diferencial é
pergidodo. “É pouca a margem de manobra para decidir qual será o valor, a não ser
que o produto seja exclusivo. No mercado concorrencial os preços já estão
estabelecidos”, diz Gomes.
4) Corte custos
Se
a intenção de aumentar os preços é lucrar mais, os especialistas sugerem tentar
outras opções. Para Adriano Gomes, a nova realidade do mercado exige que o
empresário se dedique mais para ter uma gestão eficaz de custos. “Ele deve
comprar bem, certo e no tempo correto”. Ou seja, produtos de qualidade, na
quantidade adequada à demanda e na época certa - não adianta querer
vender casacos no verão ou peças com estampas da coleção passada -, o negócio
vai adiante.
Maurício
Galhardo concorda com a teoria. “A melhor estratégia é trabalhar custos da
empresa, reduzir os gastos, ter eficiência nos processos de baratear estrutura
e, assim, chegar a um preço atrativo”. Porém, o especialista ressalta que essa
não é a realidade da maioria das pequenas empresas. “É raro encontrar um
empresário que tem controle sobre seus gastos”.
Fonte: PME Exame.com
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