quinta-feira, 27 de setembro de 2012

De Prever e Controlar para Sentir e Responder


Muitos gestores que acreditam ser possível prever e controlar tudo o que acontecerá e tentam, em vão, ficar aprisionados aos objetivos e planos iniciais.
Quando estamos andando de bicicleta, temos vários fatores que influenciam nosso trajeto: vento, condições do terreno, outros ciclistas, carros, pedestres e vários outros obstáculos. Agora, pensando em tudo isso, seria possível andar de bicicleta, indo do ponto A ao ponto B, apenas em linha reta, com o guidão travado? Ou ter planejado, antes de iniciar o trajeto, que a pedra estará naquele lugar, o outro ciclista irá parar em sua frente e o pedestre atravessará o seu caminho? Acho que seria impossível!
Pois na Gestão ocorre o mesmo efeito, mas, muitas vezes, não o percebemos. Ainda temos muitos empreendedores e gestores que acreditam ser possível prever e controlar tudo o que acontecerá e tentam, em vão, ficar aprisionados aos objetivos e planos iniciais.
O que estes profissionais não notam é que é importante saber para onde e como vamos, mas acreditar que chegaremos lá exatamente como planejamos inicialmente é apenas uma ilusão. Atualmente, muitas correntes de gestão estão adotando práticas menos determinísticas e, voltando ao exemplo da bicicleta, ensinando aos gestores que é importante saber a direção, mas que o que faz toda a diferença nos resultados é saber sentir o seu corpo e seu equilíbrio ao pedalar e estar atento a tudo o que acontece para poder responder, de forma ágil e natural, aos obstáculos do caminho. Eis aqui dois exemplos de práticas, talvez menos óbvias ou convencionais, e que desafiam o nosso modelo mental tradicional, mas que estão sendo cada vez mais utilizadas:
Obtenha informações de outras fontes que não só sua cabeça: diante de uma dúvida, um problema, ou qualquer contexto que nos coloque em situação de ter que tomar alguma decisão, normalmente o que fazemos? Pensamos, certo? E esta atividade racional faz com que o nosso cérebro entre em cena. Ele com certeza nos ajuda, mas não tem todas as respostas e, nestes casos do dia a dia, poderíamos acessar outros “conselheiros”. Quando estamos em dúvida sobre algum assunto pessoal, normalmente não ouvimos nossos amigos dizerem: escute o seu coração? Pois bem, por que não fazer isso nestas questões também? Você já pensou que entender qual parte do seu corpo está incomodada neste momento, meditando um pouco, respirando e ficando um pouco com os sentimentos que esta situação lhe traz? Esta prática pode revelar informações valiosas! Tente ao menos uma vez e veja se não lhe ajuda.
Postergue tudo o que for possível para o último momento responsável: partindo da ideia de que se tomarmos uma atitude antes do tempo correto, talvez, estejamos perdendo informação que pode lhe ajudar na decisão, em teoria, deveríamos adiar tudo para o último momento enquanto ainda for responsável agir. Este é o verdadeiro tempo correto! Se quisermos ir para a praia no final de semana, de que adianta perdermos tempo tentando decidir se vamos pela estrada A ou B se, ao chegarmos perto da bifurcação, poderemos ter mais informações sobre as condições de trânsito naquele momento e tomarmos a decisão mais adequada? Isso vale para investimentos, para reuniões e para todas as nossas ações. A única regra é não sermos irresponsáveis.
Sei que as práticas acima, assim como tantas outras, não são tão óbvias e podem gerar desconforto ou até rejeição, mas o que acho importante ressaltar é que a Gestão, hoje em dia, tem cada vez mais englobado aspectos sistêmicos e sutis, fazendo com que os empreendedores, executivos e gestores tenham contato com novas ferramentas e fontes de conhecimento. Você stá se preparando para sentir e responder?

Fonte: Endeavor MAG, 27/092012.

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